sexta-feira, 25 de agosto de 2017

HOSPITAL Um cenário de guerra

Quem passa em frente ao maior hospital de urgências e emergências do Rio Grande do Norte, em Natal, nem imagina o que se passa lá dentro. Sem exagero, um verdadeiro cenário de guerra, montado internamente em tempo real do conhecido Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel da capital.

Aliás, cenário que já começa lá fora com inúmeras ambulâncias estacionadas. Aguardam macas retidas com pacientes trazidos ao  hospital de várias partes da cidade e de municípios do interior. A televisão nos mostra isso quase todos os dias, com imagens fortes do drama dos que buscam socorro.

É uma realidade que se arrasta há vários governos e os que ousam anunciar um novo tempo, não passa de bravatas para servir de marketing político e satisfação pública. A população já cansou de ouvir e de se desesperar inutilmente. Nenhum governante resolve a situação de superlotação.

Imagino que o problema seja complexo, assim como o hospital deveria atender apenas procedimentos de grande complexidade. Mas atende até dor de cabeça e um resfriado. Falta uma rede assistencial básica funcionando 24 horas nos municípios e outra de média complexidade.

Por isso o hospital principal recebe uma sobrecarga que vai muito além de sua estrutura defasada para a demanda de hoje. A verdade é que governantes não prepararam o Estado para essa realidade diante do crescimento populacional.

O Walfredo Gurgel tem tudo. Pacientes gemendo nos corredores, parentes desesperados diante da falta de assistência. Cirurgias adiadas, falta de medicamentos na farmácia do hospital e não raro falta de material médico-hospitalar para consumo. Passa o tempo e nada se faz.

Não dá mais para esperar uma solução que parece trazida no casco de uma tartaruga, que anda sem pressa de chegar. E assim a solução passa de governo a governo.

Nesta semana, com capacidade para receber 270 pacientes, o hospital abrigava 390 – dizia notícia. Uns 120 deles espalhados pelos corredores do hospital, retendo macas das ambulâncias que não podem ser liberadas por falta de leitos, e enlouquecendo parentes, médicos e pessoal da enfermagem.

Quantos governos vão ser precisos para, enfim, resolver essa realidade? – eis a questão. Promessas não pagam dívidas. Misericórdia!

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