sábado, 15 de março de 2014

Luto na cultura potiguar

PERDA Dosinho, compositor, 87 anos
Aprendi a gostar dos frevos e marchinhas carnavalescas de autoria de Dosinho, que se chamava Claudionor Batista de Oliveira, desde menino. Nelas ele mostrava talento para a criação musical que animava os carnavais de tempos distantes da folia de rua e salões, como "Tempero de pobre" e "Só presta quente", as que mais me lembro no momento.

Nunca tive a oportunidade de entrevistá-lo e nem sequer conhecia a extensão de seu trabalho artístico, mas admirava suas músicas, cantadas geralmente por grandes nomes a exemplo de Claudionor Germano e César de Alencar, entre vários outros. Há também o samba-choro que marcou uma época: "Há sinceridade nisso?", que está entre suas primeiras composições de sucesso de 1952, feitas em parceria com outros compositores. Eram letras e músicas que davam ritmo animado aos casais da época.

Sua morte nesta quinta-feira, 13 de março, depois de uma internação hospitalar em Natal desde 21 de fevereiro, acometido de doença que o deixou em coma, trouxe tristeza para o meio artístico potiguar e quantos conheciam esse grande talento norte-rio-grandense que morreu aos 87 anos. De uns tempos para cá, Dosinho voltou para Natal, depois de atuar no Rio de Janeiro e Recife.

Sempre comparecia aos acontecimentos carnavalescos para divulgar seu trabalho e ser homenageado. Contudo, no Carnaval deste ano já não pôde estar presente por conta das complicações de sua saúde, que o levou à morte. Fica como consolo para todos nós sua obra musical, que certamente vai ser sempre lembrada sobretudo em festas carnavalescas.

Dosinho foi também autor de músicas dos dois principais clubes de futebol aqui do RN: os hinos do ABC e do América. O Estado do RN precisa homenagear esse grande talento, quase desconhecido para as gerações de hoje. 

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