sábado, 2 de novembro de 2013

O amanhecer do verão

Eram 4h30 da madrugada quando despertei do sono e logo me levantei com o movimento de um filho que ia viajar. Dei uma olhada pela janela e lá fora a esta hora o dia já começava a clarear.

É bem verdade que no verão a claridade do dia chega  mais cedo, dando a impressão de dias mais longos. Vem daí o horário de verão para aproveitar a luminosidade da estação.

Entendi porque o jornalista Carlos Chagas, grande colunista da imprensa nacional, chama de farsa o tal horário de verão que se adota em três regiões do país: Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Tem razão o mestre do jornalismo político. Mesmo com o dia chegando mais cedo com sua claridade, somos obrigados ainda a acender luzes dentro de casa.

E aí cadê a economia dos 5% ou 4,5% de energia? É lógico que parte já vai pra o beleléu. Quem vai para o trabalho é obrigado a se levantar mais cedo mas precisa de luz e banho com chuveiro elétrico.

Além disso, pode-se questionar também para onde vão os recursos poupados pelo governo com o horário de verão. Ninguém sabe, ninguém fala nada.

Por que, então, em vez de obrigar a massa trabalhadora a acordar mais cedo e mudar seus hábitos, não se faz economia cortando as mordomias dos parlamentares do Congresso?

Ah, aí ninguém mexe, não! O sacrificado é sempre o lado fraco da questão – nós trabalhadores honestos que somos maioria. Será que essa economia é para sustentar corruptos?

Porque com certeza para a saúde, a educação e a segurança pública é que não vai um tostão. Qualquer um de nós que seja obrigado a sair bem cedo de casa corre o risco de enfrentar a chamada violência urbana.

Fico imaginando, aqui com meus botões, se esse dinheiro não some pelo ralo da corrupção, dos privilégios descabidos e do desperdício que existem neste país.

Talvez, até que esse esforço do trabalhador brasileiro fosse justo, se não houvessem blecautes pelo país, se o consumo de energia fosse barato, e vez por outra não tivéssemos que enfrentar racionamento.

Nós do Nordeste e do Norte somos de certa forma privilegiados,  como disse o mestre Chagas, por termos nos insurgido contra esse tal horário de verão. 

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